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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

27ª Maratona Ciudad de Sevilla

Já prontinhos para irmos entregar os sacos da roupa e...ala
Sevilha, a cidade onde mais vezes corri a maratona. E foram 12. Por mais que se pense que a “rotina” esbate o encanto que esta prova tem para mim, continuo a vê-la com uma certa magia e emoção e com o desejo de voltar sempre que a termino.

Fui no autocarro de O Mundo da Corrida, na agradável companhia de muitos “viciados” na distância, outros estreantes nesta Prova e outros ainda estreantes na distância e de um grupo de acompanhantes que formavam a mais sonora claque que se ouviu no percurso.

À chegada, fomos, de imediato, ao Estádio Olímpico para levantarmos os dorsais, que incluíam o destacável para podermos ingressar na pasta party. Estava a ser uma da tarde (local) e foi uma hora má, pois a afluência era enorme, o que obrigou a várias filas tanto para os dorsais, como para levantamento do kit do corredor que, como habitualmente, inclui um equipamento composto por calção e singlete e a revista da prova, onde surgem as classificações da edição anterior e a Revista da AIMS, Distance Running que, conforme disse há dias, inclui uma belíssima reportagem sobre a mais participada das maratonas em Portugal: a do Porto.

Há quem ache que a Organização não estaria preparada para tamanha afluência de atletas (quase 5000) e isso implicou alguma demora mas, se virmos bem as coisas, terminada aquela avalanche, nas 2 ou 3 horas que antecederam o almoço, aquele espaço ficou liberto e, segundo me contou quem lá esteve, quase às moscas. Portanto, reconheço que a nossa impaciência em esperar uma hora, pode até ser ingratidão para aqueles extremosos voluntários que davam no duro para despachar os atletas tão rápido quanto possível. Por outro lado, seria um enorme desperdício de recursos humanos, se optassem por aumentar o número de guichés, unicamente para acudir naquelas horas de aperto. E não seria muito mais deprimente chegarmos ali e a feira estar vazia? A solução, parece-me, passa por escolhermos outro horário, se não quisermos participar na “enchente”.

Depois vem o almoço de hidratos, tradicional em véspera de maratona :massas, sobremesa, iogurte, cerveja, etc. Ninguém ficou com fome.

Seguiu-se um passeio pela cidade numa excelente tarde de sábado em que deu para apreciar a enorme animação de rua que ali existe.

Hospedámo-nos arredores da cidade. Feito o check in, o pessoal agrupou-se conforme entendeu: uns foram ao supermercado e arranjaram jantar mais em conta, outros foram até ao centro comercial, que tinha paredes meias com o aparthotel onde estávamos . Ainda houve matraquilhos, bilhar e bowling para descontrair e relaxar um pouco antes de dormir (é ou não é assim, com os jogadores da selecção?) .

Manhã cedinho, ainda noite, o autocarro levou-nos até ao estádio. Quando o dia começava a querer dar sinais, já nós lá estávamos, com pouca vontade de sair pois fazia algum frio e nós já teríamos de levar a indumentária aliviada, pois teria de caber no saco guarda-roupa. Foto de grupo e esperar pelas 8,15 que era a hora de abertura da “porta-sur” que dava acesso ao interior. Fomos dos primeiros a entrar, depois de obrigatoriamente, mostrar o dorsal, pois só os corredores ali podiam entrar. Havia alguns aquecedores a gás junto aos quais, os atletas se preparavam. Procurámos passar algum tempo antes de tirar a roupa, mas lá teve que ser. Os tugas que ali estavam ainda tiraram umas fotos, antes de ir entregar o saco e ir lá para a pista começar o aquecimento. Muitas casas de banho químicas estavam espalhadas por ali e no interior, junto às bancadas do estádio. Só quem fosse mesmo ” javardolas “ é que “aliviava” fora do sítio, condição muito melhorada nos últimos anos, pois cheguei a assistir a que as faixas publicitárias em redor da pista, servissem de mictório em toda a sua extensão e o líquido a escorrer pelo tartan. Vergonhoso (aliás, acho que num dos meus relatos, falei nisso). Agora tudo estava perfeito.

Um grupo de músicos andava por ali mas, por azar meu, nunca os ouvi tocar.

Umas corridinhas para cá e para lá e a concentração começava a fazer-se.

Soa o tiro da partida. Este ano o ambiente esteve um bocadinho melhor que no ano passado, mas ainda longe de outros tempos, no que respeita à aparelhagem sonora.

Começa toda aquela gente a sair (há um vídeo excelente feito pelo nosso companheiro Paulo Pires, que mostra muito melhor que quaisquer palavras, o que representa a saída do estádio).

Agora havia que fazer a gestão da Prova e trazer à mente todos os factores que têm que ser avaliados : Preparação: Fraca; Descanso na véspera: Fraco; Confiança: Fraca; Vontade de acabar : Muita. Ora isto tudo bem combinado permitia-me apontar para 3,45, mas logo se faria a revisão dos cálculos à passagem da meia (esta já é clássica).

…vai uma pausa ?...

5 comentários:

Maria Sem Frio Nem Casa disse...

hum... tantos pontos "Fracos"... estou a ver que o que valeu (pelo resultado) foi mesmo a Vontade de acabar, mas estou certa que não só...

Aguardo por mais palavras

Beijinho e Parabéns pela 40ª (é mesmo isso não é?)

Ana

mariolima52 disse...

Fernando

12 Maratonas no mesmo local é para se dizer que ou a organização é muito boa ou és um homem de hábitos.

:)

Conheço Sevilha por três vezes ter lá ido fazer a meia de Los Palacios.

Não há povo como esse. Podem pintar a "manta" aos espanhóis (de Espanha nem bom vento nem bom casamento) mas é um espectáculo a recepção e o carinho que demonstram por aqueles que correm.

Vamos ler depois as peripécias da prova, mas desde já os Parabéns. Tens o baralho completo, mas até teres o "joker", muitas maratonas mais irás fazer.

Abraços

JoaoLima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
JoaoLima disse...

Estamos embrenhados a ver um filme e quando vai chegar a fase crucial, aparecem as letras "Intervalo".
Pois foi o que senti quando estava deliciado a ler esta excelente crónica que nos transporta para o local de acção e, quando vai chegar a altura crucial, temos uma Pausa! :)

Tal como nos filmes, há quem não conheça a história e não sabe se o herói vai sobreviver, e há quem já saiba o final, desconhece é como ele vai fazer para sobreviver.
Podia ficar preocupado com tantos "Fracos", mas sabendo o resultado final, só falta descobrir como é que o nosso herói fez para conseguir um tempo ainda melhor do que o objectivo.

Venha o resto da história! :)

Fernando Andrade. disse...

Olá Ana.
Obrigado pela visitinha e pelas palavras. São pontos fracos, sim, mas a coisa ainda se compôs mais ou menos e a prova é que até acabei depressa.
Beijinho, Ana e veja se arranja maneira de dar umas corridinhas com a Moli ou sem ela.

Amigo Novais,
Obrigado. Recxomendo esta Maratona a todos os que querem experimentar a "internacionalização!".
Abraço

È verdade, Mário.
Agora, com o baralho completo já posso dar cartas, eheheh. Estou convencido que gostarias de experimentar esta prova. Se já conheces a Meia, sabes que o caloroso povo andaluz, não deixa de incentivar a rapaziada e isso, na maratona, é muito importante.
Abraço.

Grande João
Obrigado pelas palavras, pois eu, como acontecia na antiga RTP "Pedimos desculpa por esta interrupção. O programa segue dentro de momentos"
Abraço.