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quarta-feira, 30 de julho de 2008

Raide 2007-Parte I ( ... eu e a "moda dos capítulos", mas é para não chatear muito)

Antes da partida, com António Pereira, João Hébil e Carlos Neto



“Se não fosse pelo dinheiro, a gente não andava aqui, não!” – Depois de seis horas e tal de prova, era assim que um raider, todo "torto", a coxear, com bolhas num pé, dizia para outro que estava nas mesmas condições. Era o nosso amigo João Hébil a caricaturar a nossa participação nesta prova que é tão longa e tão dura, mas também tão aliciante.
Vá-se lá explicar esta misteriosa atracção que continua a ser incompreensível para o comum dos mortais.
7,30 da manhã. Estacionado em Melides (desta vez não fui no autocarro disponibilizado pela Organização) tudo o que via à minha volta me era familiar. Quase todas as caras eram conhecidas, o que atesta que a “reincidência” neste “martírio” é uma das principais características dos raiders.
Dorsal levantado, equipo-me e avalio o "conforto da carga” (2 litros de água, 3 cubos de marmelada, 2 powergels, 2 barras energéticas, uma banana, uma maçã, uma garrafa de pawerade. Ah …e ainda, umas peúgas, um saco de plástico e um pedaço de plástico. E telemóvel). Convenhamos que era mais pesada do que aquilo que eu queria, mas…Apliquei protector solar disponibilizado pela Organização (…e graças à influência do nosso amigo Luís Parro junto da Coppertone) e, enquanto nos fomos aproximando do local da partida, troca-se umas larachas com amigos, tiram-se umas fotos e ouvimos atentamente as palavras da Directora da Prova e do Sr. Vereador, esclarecendo dúvidas e desejando a todos uma boa Prova.
O tiro da partida pôs em movimento a centena e meia de atletas inscritos que, cheios de energia – ainda – remexiam a areia seca de forma determinada, o que provocava um som engraçado. A maré já tinha deixado a descoberto uma superfície de areia lisa, se bem que ainda “fofa” e a obrigar a correr em plano inclinado, pelo que houve quem, nos primeiros quilómetros tivesse optado por correr na areia seca, pela parte superior da duna. Eu, ao ver que uns iam para a esquerda, outros para a direita, fiquei meio despistado, sem saber quais é que havia de seguir. Optei pela esquerda, se bem que procurando acautelar que os pés se molhassem logo no início. Desta vez não via ninguém subir as dunas. Antes pelo contrário, ia-os vendo a descer para junto da água.As condições atmosféricas estavam excelentes: céu encoberto, vento fraco e a favor, uma ligeira neblina que, contudo nos encurtava o horizonte, escondendo-nos a paisagem e trazendo uma certa monotonia no percurso. Gente “normal” não havia (e logo que desta vez, estava preparada uma campanha informativa aos banhistas) e, não fossem uns quantos pescadores – também poucos – e um ou outro familiar ou amigo de raiders em prova, teríamos mesmo atravessado 43 km de “deserto” (não! O ministro não é pr’aqui chamado).
Para pôr em prática uma das minhas “ideias”, a de “relativizar” o tempo, 10 minutos depois de andar a correr, coloco os auriculares e lá vou eu a ouvir música, numa selecção da responsabilidade do meu filho (-acho que vais gostar destas - dizia-me ele ). Duração da música: 2 horas ! Mas, a grande verdade é que a teoria é uma coisa e a prática é outra, pois a música acabou e demorei mais de meia hora a aperceber-me disso. Apesar disso, “vira o disco e toca o mesmo” para mais duas horas, mas não chegou ao fim, porque já tudo me irritava : a música, a pressão nos ouvidos… ná! 1º Erro – Só deveria ter ligado a música depois de 2 horas de corrida. (outros se seguiram, mas, por agora...)

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